Laynara Teles, do Império da Tijuca, é a segunda beldade dos ensaios de carnaval

Estreante no grupo especial, rainha pediu para posto não ser vendido

[ENSAIO CARNAVAL] Laynara (Foto: Marcos Serra Lima/EGO) Quem vê Laynara Teles à frente dos ritmistas da Império da Tijuca acha que se trata de um caso clássico de nepotismo, já que a rainha de bateria da mais nova integrante do grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro é filha do presidente da agremiação, Tê. Mal sabe que, em 2003, quando a escola ameaçava enrolar a bandeira - jargão do mundo do samba para a falência de uma agremiação -, foi Laynara, junto com sua família, que assumiu as dívidas da Império da Tijuca para tentar colocá-la novamente de pé.

Até hoje ela vive uma espécie de rotina de gata borralheira: durante a semana se põe de shortinho e chinelos no barracão da escola para ajudar a vender fantasias junto com a mãe. Nos fins de semana, durante os ensaios, se transforma na cabrocha de cor morena jambo que enfeita a frente da bateria Sinfonia Imperial.
"Tem gente que me vê no barracão e nem me reconhece. 'É você? A rainha da escola?’", diz ela rindo sobre a pergunta que mais ouve quando está fantasiada de plebeia.

Laynara também integra uma outra elite, a das beldades que revivem um grande samba para comemorar os 30 anos da Marquês de Sapucaí – tema dos ensaios de carnaval do site em 2014.
Rainha por acaso
“Minha família assumiu a escola em 2003, quando estava quase fechando, enrolando a bandeira, como se diz no mundo do samba. No meu primeiro ano de desfile, vim como destaque no carro abre-alas. Em 2005, viria como princesa ao lado da Juliana Alves, que seria a rainha de bateria da escola. Mas devido a alguns problemas, ela não pôde comparecer e, como já tinha a roupa, virei rainha por acaso (risos)."

[ENSAIO CARNAVAL] Laynara (Foto: Marcos Serra Lima/EGO) 
Laynara posa para o EGO, e festeja seu reinado
Querem meu cargo
“Sei que vai aparecer gente oferecendo dinheiro para ficar no posto de rainha de bateria. Ainda mais agora com a escola no grupo especial. Brinco com meu pai: ‘Pai, deixa eu ser rainha pelo menos um ano. Depois você pode vender’. Mas rola assédio ao meu cargo, sim. Algumas fazem qualquer coisa para aparecer. Próximo do carnaval, então... Mas acho que este ano estou garantida (risos).”
Rainha do grupo especial
“Tem mais assédio. Depois da gravação da vinheta da Globo então, tudo aumentou. Para bom e para ruim (risos). Tem gente que diz que só estou no cargo porque sou filha do presidente, ou que não estou tão bonita. Para o bem, dizem que estou com pernão, que estou bonita. Tudo respondo que estou trabalhando para melhorar (risos).”


Papai vai pagar
“Como escolhi estar ali na frente da bateria, tenho que bancar esse sonho e tentar igualar a minha fantasia a de outras rainhas que estão no grupo especial. Quem paga a minha roupa é meu pai, e ele (Tê) não é muito mão aberta, não (risos). Esse ano, como é grupo especial, batalhei para ele aumentar a verba. Ano passado, gastei uns R$ 6 mil. Este ano consegui até trocar de estilista. Agora é o Leozinho, o mesmo que faz a roupa da Raíssa, da Beija-Flor, mas ele já avisou que não pode passar de R$ 15 mil.”
[ENSAIO CARNAVAL] Laynara (Foto: Marcos Serra Lima/EGO)Sonho do silicone
“Penso em colocar silicone. Não é nem para ficar muito grande, não. É  para ficar mais natural e durinho. Eu amamentei por dois anos, e não é mais como era antes(risos).”

A rainha observa seus domínios no Morro da Formiga
Pegando pesado para ser rainha
“Dá muito trabalho ser rainha. No meu primeiro ano, quase não fiz nada. No segundo, desfilei grávida. No terceiro, malhei firme para recuperar, mas depois do carnaval, sempre relaxava. Só entendi que tinha que ser o trabalho de um ano inteiro há uns dois anos. Estou malhando direto. Só relaxo dois meses depois do carnaval, mas mesmo assim não deixo de ir à academia. No restante do ano, vou todos os dias, e agora, em fevereiro, vou começar a ir sábado e domingo também.”
O Lado B de ser rainha
“Eu trabalho com a minha mãe no barracão. Sou eu quem compra todos os tecidos, aviamentos para a escola. Em janeiro, ajudo a vender as fantasias. Tem gente que me vê no barracão da escola, de chinelo, de short, descabelada, nem me reconhece. Depois, toda arrumada, custa acreditar que era eu. Brinco que antes era irmã pobre, e que esta é a irmã rica (risos).”
Abrindo o carnaval
“Vou ficar muito nervosa porque sou a primeira a entrar na avenida. Venho puxando a bateria. Quero dar meu máximo, vir bonita. Quero que seja tudo perfeito.”

Produção: Tracy Rato / Maquiagem: Alexandre Glória/ Equipe EGO carnaval: Mirelle de França (editora chefe), Eliane Santos (concepção e reportagem), Marcos Serra Lima (fotógrafo) e Jessica Monstans, Juliana Pinna e Mari Calvente (designers).
Agradecimentos: À comunidade do Morro da Formiga, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

[ENSAIO CARNAVAL] Laynara (Foto: Marcos Serra Lima/EGO)Laynara Teles soberana na Tijuca e na avenida  (Foto: Marcos Serra Lima/EGO)

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