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O período menstrual é cercado de mitos e estigmas e, por isso, muita gente ainda tem dúvida sobre
o que não pode fazer quando está menstruada e o que não passa de superstição.
Isso leva, em pleno século XXI, a comportamentos sem sentido e gera
vergonha em torno do tema, o que limita a vida de muitas mulheres. Uma
pesquisa comprovou este fenômeno por meio de entrevista com mais de mil
recrutadas de cinco países. Confira:
Mitos da menstruação: pesquisa
A marca Sempre Livre, da farmacêutica Johnson & Johnson, e a KYRA
Pesquisa & Consultoria elaboraram um estudo global a respeito dos
mitos e estigmas relacionados à menstruação.
A pesquisa contou com a participação de 1.500 mulheres de 14 a 24
anos. Além de residentes do Brasil, também haviam participantes da
Índia, África do Sul, Filipinas e Argentina.
Os resultados mostraram que grande parte da população feminina
associa o sangramento mensal ao sentimento de desconforto, sujeira,
insegurança, impureza e até mesmo incapacidade.
Tais parâmetros são ainda mais altos no nosso país. Por exemplo:
66% das brasileiras relatam se sentirem desconfortáveis durante a
menstruação em comparação com a média global de 50%.
Por mais chocante que seja, o estudo ainda descobriu que 54% das
mulheres do mundo não sabiam absolutamente nada sobre menstruação até
que menstruaram pela primeira vez, o que indica falta de diálogo e
educação a respeito do tema.
O que mulheres não fazem quando estão menstruadas?
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Ainda foi constatado que metade das garotas mudam hábitos durante a
menstruação devido a mitos que são impostos pelo senso comum. Tais como:
Praticar esportes
56% das entrevistadas globais e 66% das brasileiras afirmaram que
deixam de praticar atividades físicas quando estão menstruadas.
Provavelmente, esse índice tem relação com a indisposição do período,
cólicas e possíveis vazamentos durante os movimentos da modalidade.
Em contraponto, exercícios podem estimular a sensação de bem-estar e diminuir até mesmo a dor.
Entrar na piscina
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68% das mulheres no mundo e 74% das brasileiras evitam entrar na
piscina durante o período menstrual com medo de que absorvente fique
aparente ou que o sangue vaze no biquíni e na água, mesmo existindo
opções seguras e discretas para evitar tal situação, como coletor
menstrual e absorvente interno.
Sair e dormir fora de casa
38% das mulheres e 47% das brasileiras evitam dormir fora de casa no
período, o que pode estar relacionado ao medo de manchar roupas de cama.
Sob a mesma perspectiva, 33% das participantes evitam sair de casa,
assim como 46% das brasileiras.
O dado ressalta a vergonha que algumas pessoas sentem de tais situações, por mais evitáveis e naturais que elas sejam.
Levantar durante a aula
O índice global de garotas que evitam levantar durante as aulas por
medo de vazamentos é de 27%, enquanto no Brasil é de 22%, mesmo a
situação sendo normal.
Andar descalça
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43% das brasileiras evitam andar descalças na época menstrual ou
conhecem alguém que não faz isso, o que tem relação com a informação
falsa de que ficar sem sapatos neste período gera cólicas.
Lavar o cabelo
Ainda foi descoberto que 31% das entrevistadas no Brasil evitam lavar
o cabelo durante o ciclo menstrual graças ao mito de que isso poderia
aumentar o fluxo sanguíneo.
Entrar na cozinha
Na Índia, há uma grande restrição quanto aquilo que a mulher
menstruada pode ou não fazer. Até mesmo entrar na cozinha é um ato
proibido, o que é reconhecido por 57% das cidadãs entrevistadas. Nesta
cultura, isso poderia "contaminar" os alimentos, algo completamente sem
evidências.
Fazer bolo ou maionese
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24% das filipinas e 20% das argentinas não fazem bolo ou maionese
durante o ciclo ou conhecem alguém que segue tal premissa. O impedimento
provém de outro mito, o qual diz que tais alimentos podem não ficar
bons se forem preparados por uma mulher menstruada.
Embora não haja dados nacionais sobre este hábito, não é difícil encontrar quem já tenha ouvido isso de sua mãe ou avó.
Sentar à mesa com a família
Ainda no país asiático, 37% das mulheres reconhecem que não sentam à
mesa com familiares ou conhecem alguém que não faz isso devido a crenças
culturais.
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